A acidez do solo é um dos limitantes quando estamos nos referindo a produtividades altas, por isso a importância do calcário no solo.
Desta maneira, conhecer como os corretivos atuam no solo e como devemos manejá-los é uma ótima opção quando estamos pensando em eficiência de recursos.
Neste caso, hoje irei relatar sobre o calcário no solo e em como ele pode ser um ótimo aliado em sua produção. Ainda, irei mostrar como chegar nas doses adequadas para o seu solo.
Vamos lá!
Porque os solos são ácidos?
A maioria dos solos brasileiros apresentam-se de forma ácida, com níveis tóxicos de alumínio ou de manganês e com baixos teores de cálcio e de magnésio.
Mas o que é a acidez? A acidez do solo consiste na quantidade de hidrogênio livre (H+) o que deve ser neutralizado com os ânions OH-.
Essa acidez é gerada por componentes ácidos, como fertilizantes nitrogenados e ácidos orgânicos. Mas também pode ter influência do material de origem do solo, precipitação, decomposição da matéria orgânica, vegetação nativa, tipo de cultura, profundidade do solo e inundação.
A acidez é tida através do pH, tratando como que solos mais ácidos são os que tem baixos valores de pH.
Fonte: IPNI
E qual a interação de pH com produção? Bem, quando os solos estão ácidos há uma baixa disponibilidade e menor aproveitamento de alguns nutrientes essenciais e isso afeta significativamente nos resultados produtivos.
Mas então devemos alcalinizar o solo? Não, quando excedemos a faixa adequada limitamos outros nutrientes, principalmente os micronutrientes.
Fonte: GEAGRA
Porque corrigir a acidez?
Corrigir a acidez permite o aumento produtivo pois permite o aproveitamento mais eficiente dos fertilizantes!
Como o calcário no solo atua? Elevando o pH, promove-se o aumento da disponibilidade de alguns nutrientes e, ao mesmo tempo, a insolubilização de outros, considerados tóxicos para as plantas, como alumínio e manganês, e também promove o aumento dos teores de cálcio e de magnésio.
Fonte: INPI
Os benefícios do calcário no solo estão a seguir:
- Elevação do pH;
- Fornecimento de Ca e Mg;
- Redução ou eliminação dos efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe;
- Aumento da disponibilidade e maior aproveitamento de N, K, Ca, Mg, S e Mo;
- Aumento do potencial de resposta à adubação;
- Maior atividade microbiana ( mineralização da matéria orgânica e fixação de N);
- Melhoria nas propriedades físicas do solo, auxiliando no desenvolvimento das raízes e da planta;
- O desenvolvimento do sistema radicular aumenta a absorção de água e de nutrientes, permitindo à planta maior resistência à falta de água.
Determinando a necessidade de calcário no solo
A tomada de decisão quanto a necessidade de algo deve ser feita sempre se referenciando ao atual estado que se encontra e no solo isso também ocorre.
O atual estado do solo é feito através de análises químicas que nos permitirão informar se há ou não a demanda por calcário.
A necessidade de calcário no solo (NC) pode ser determinada por dois métodos, sendo eles: "Método de neutralização da acidez trocável e elevação dos teores de Ca e Mg trocáveis" e pelo "Método de saturação por bases".
A seguir detalho os dois:
Método de Neutralização do Al3+ e da elevação dos teores de Ca2++Mg2+
Este método enquadra tanto as características do solo assim como as exigências das culturas.
Neste, preocupa-se corrigir a acidez do solo levando em consideração a resposta da cultura a essa acidez e a capacidade tampão do solo (resistência em oscilar o seu pH). Ainda tem-se o foco de elevar a disponibilidade de Ca e Mg de acordo com as exigências das culturas.
Onde:
Y: é um valor variável em função da capacidade tampão da acidez do solo, baseado na textura;
mt: máxima saturação por Al3+ tolerada pela cultura (%);
Al3+: acidez trocável (cmolc/dm3);
t: CTC efetiva (cmolc/dm3);
X: valores requerido de Ca e Mg pelas culturas (valor tabelado de acordo com a cultura a qual trabalha, podem ser encontrados na quinta aproximação);
Ca2++Mg2+: teores de Ca e Ng trocáveis (cmolc/dm3).
Método da Saturação por Bases
Nesse método preocupa-se em corrigir a acidez associando a saturação por bases, desta forma ocorre a correção do solo pretendendo alcançar uma determinada porcentagem de saturação por bases.
Onde:
T: CTC a ph 7,0, ou seja, SB+(H + Al) (cmolc/dm3);
Ve: Saturação por bases atual no solo = 100 SB/T (%);
Va: Saturação desejada pela cultura (valor tabelado a depender da cultura trabalhada);
SB(soma de bases): Ca 2++ Mg2++K++Na+(cmolc/dm3).
Qual quantidade aplicar?
Estabelecida a sua necessidade de calcário no solo agora precisamos saber o quanto aplicar.
Mas a necessidade já não é a quantidade?
Ainda não, quando estabelecemos a necessidade não levamos em consideração a superfície coberta do terreno (SC, em %), a profundidade de incorporação (PF, em cm) e o poder relativo de neutralização total do calcário (PRNT, em %).
Quando e como aplicar o calcário no solo
A eficácia da aplicação de um corretivo está relacionada ao uso de dose adequada, das características do corretivo e de sua correta aplicação. Portanto, garantir uma boa distribuição e boa incorporação na época certa é uma grande estratégia para aumentar sua produtividade.
A reação do calcário no solo é lenta, devido a sua baixa solubilidade, desta forma requer um certo planejamento quanto à sua aplicação.
As recomendações são que sejam aplicado pelo menos 3 meses antes da data de semeadura e que sejam incorporados ao solo para garantir sua reação.
Um fator importante sobre a reação desse calcário no solo é a umidade, sem umidade não há reação do calcário acarretando em uma reação ainda mais lenta do que a normal.
Quanto à aplicação, esse calcário é distribuído por toda a extensão do terreno e então deve ser incorporado com grade e arado a uma profundidade de pelo menos uns 20 cm.
Em solos argilosos, com o intuito de uniformidade na incorporação, recomenda-se aplicar metade da quantidade recomendada antes do arado e o restante depois dessa operação.
Já em solos arenosos, como são solos mais leves, permitem a aplicação da quantidade total de uma só vez, antes da gradagem.
Em condições de plantio em cova, recomenda-se prolongar o efeito residual da calagem, utilizando de calcários de granulometria mais grossas.
E em sistemas de plantio direto? Quando já instalado, recomenda-se a aplicação superficial de calcários sem que haja incorporação. Ainda nessa situação é recomendado a aplicação de calcário no solo antes mesmo do pH abaixar do desejado, evitando acidez excessiva na região das raízes.
Como escolher o calcário
O calcário é qualificado por:
- capacidade de neutralizar a acidez;
- reatividade (natureza geológica e granulometria); e
- teor de nutrientes (Ca e Mg).
Essas qualificações podem ditar seu preço. Por exemplo, calcários com maior teor de magnésio são normalmente mais caro assim como os de maior PRNT.
Quando for comprar deve-se levar em consideração a sua situação em se tratando de solo e qual desses calcários irá atender suas demandas baseando-se em suas especificação.
Uma fórmula que pode ajudar nessa tomada de decisão é a seguinte:
Conclusão
Vimos aqui como a acidez pode comprometer negativamente o seu sucesso produtivo.
E para driblar isso, citamos a utilização de calcário no solo, um corretivo do solo que ainda disponibiliza nutrientes como o Ca e Mg.
Ainda citamos a importância de aplicar dosagens corretas e de forma correta com o intuito de aumentar a sua produtividade.
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