Já sabemos que certos tipos de cultivo requerem correção de acidez do solo, ou, em outras palavras, de calagem. Aqui entra a importância do calcário dolomítico.
No entanto, se você já fez uma pesquisa básica sobre o tema, já viu que existem três tipos de calcário: dolomítico, magnesiano e calcítico. Mas, como saber qual utilizar?
Inclusive, você sabia que existem outros corretivos além desses? Pensando nisto, elaboramos esta série de postagens sobre o calcário. Veja aqui sobre o calcário calcítico.
Neste, explicaremos um pouco sobre a diferença entre esses diferentes calcários. Falaremos em especial do calcário dolomítico e quando é recomendável utilizá-lo. Vamos lá?
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- Calcário Dolomítico. O Que é e Como Utilizar
- 1. O que é calcário dolomítico e qual a diferença em relação aos outros?
- 2. Quais as vantagens e desvantagens do calcário dolomítico?
- 3. Quando é recomendável utilizar o calcário dolomítico e por quê?
- Falar com um analista CHBAGRO
O que é calcário dolomítico e qual a diferença em relação aos outros?
A diferença básica entre o calcário dolomítico e os outros é a forma de obtenção.
Existem algumas diferenças nas proporções de íons, o que afeta a recomendação na aplicação de toneladas por hectare do insumo.
Logo, podemos perceber que existe mais de um material calcário disponível no mercado, conforme resumimos na tabela a seguir:
Existe ainda o calcário “filler”, que tem uma granulometria fina. Para este post, continuaremos focados no calcário dolomítico.
Como podemos observar na tabela, os calcários calcítico, dolomítico e magnesiano são muito semelhantes. O que muda é a parte quimicamente ativa (no caso do calcítico é o CaCo3, já nos outros dois é CaMg(CO3)2).
Apesar de não ficar evidente, no entanto, os três contêm quantidades de magnésio. E é esse fator que determina sua classificação:
0 - 5% Mg = Calcítico |
5 - 12% Mg = Magnesiano |
> 12% Mg = Dolomítico |
Fonte: Calagem
Mas, afinal, existe alguma diferença quanto à capacidade de neutralização dessas substâncias?
A resposta é, em geral, não. Preste atenção no balanço químico a seguir:
Traduzindo, ao entrar em contato com a água do solo, o calcário libera íons cálcio, magnésio, carbonato e depois bicarbonato. Estes últimos possibilitam a formação de OH-, que é o efeito de neutralização que se deseja da calagem.
Por isso, tanto faz ser calcítico, dolomítico ou magnesiano no que se refere à capacidade neutralizante em si.
A propósito, os elementos cálcio e magnésio são nutrientes, portanto, não atuam na reação de neutralização do pH do solo. Isso ocorre pela liberação dos íons carbonato e bicarbonato.
Por outro lado, para o produto ser considerado um corretivo agrícola pela lei brasileira, deve conter proporções de magnésio e cálcio apropriadas.
Quais as vantagens e desvantagens do calcário dolomítico?
Em suma, o calcário dolomítico será vantajoso se, além da correção de acidez do solo, desejar-se incrementar o teor de magnésio.
Este é o caso, por exemplo, de cultivos de cana-de-açúcar, que precisa de magnésio para crescer.
Então, o que determina as vantagens e desvantagens de um corretivo agrícola é sua qualidade.
Assim, para um produto que será usado na calagem ser considerado bom, deve-se levar em consideração o seguinte:
- 1. Teor de neutralizantes: capacidade potencial do corretivo de neutralizar a acidez do solo; define o indicador PN (Poder Neutralizante);
- 2. Tamanho das partículas;
- 3. Forma química dos neutralizantes, e
- 4. Variedade e conteúdo de nutrientes.
O PN de produtos agrícolas é parametrizado pela legislação brasileira.
Fonte: Adaptado de Embrapa
Dessa forma, além da inclusão do magnésio, a utilização do calcário dolomítico apresenta as mesmas vantagens dos demais produtos de calagem, que são:
- Correção da acidez do solo (tamponamento);
- Aumento da produtividade dos cultivos;
- Redução da disponibilidade de elementos tóxicos (Al3+, Mn2+, Fe3+);
- Aumento da Capacidade de Troca Catiônica (CTC) do solo;
- Aumento da disponibilidade dos macronutrientes N, P, K, Mg, S, Mo, etc.;
- Diminuição da fixação do fósforo (P);
- Melhoria das condições de vida para a fauna microbiana, especialmente bactérias;
- Aumento de eficiência dos fertilizantes.
Quando é recomendável utilizar o calcário dolomítico e por quê?
A recomendação de aplicação de corretivos, como de qualquer outro insumo agrícola, depende de diversos fatores de viabilidade técnica e econômica.
Dessa forma, além da espécie e do objetivo do cultivo, deve-se analisar a disponibilidade e a distância do calcário em relação à propriedade onde será aplicado.
Em linhas gerais, o calcário rico em magnésio ou cálcio deve ser escolhido quando se identifica deficiência de magnésio na análise de solo e a espécie escolhida não é capaz de se desenvolver sem esse elemento.
Outra situação pode ser a disponibilidade e a distância de um fornecedor em relação à propriedade.
Sabe-se que um dos principais centros de custo de um projeto agrícola é o transporte, e com insumos não é diferente.
Assim, o calcário dolomítico é um insumo utilizado para a correção de acidez no solo que também é capaz de fornecer magnésio.
Por essa razão, sua aplicação é recomendada em cultivos que tenham o magnésio como macronutriente.
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