Veja dicas para combater a guanxuma com eficiência

Veja dicas para combater a guanxuma com eficiência

Publicado em: 21/12/2019

Certamente você já ouviu falar ou precisou combater a guanxuma em sua lavoura. Esta planta daninha representa um grande problema, não é verdade?

De fato, a presença da guanxuma nas diferentes lavouras interfere negativamente o desenvolvimento e a produtividade das cultivares, competindo por variados recursos, como água, nutrientes e luz.

Por essa razão ponderar medidas para o combate da Guanxuna é necessidade comum entre agricultores, caso contrário as perdas em produtividade podem ser consequências nada agradáveis.

 Veja então as características dessa planta daninha, além de como identificar, manejar e controlar a guanxuma na sua lavoura.

 

Principais características e espécies de Guanxuma mais comuns

Nativa da América, a guanxuma é uma planta perene e subarbustiva da família Malvaceae. Ela é particularmente resistente às condições adversas de clima e solo.

Esta é uma planta daninha recorrentes em lavouras, apresentando ampla variabilidade genética devido a sua capacidade de disseminação por via seminífera, sendo este um mecanismo de sobrevivência importante desta espécie.

Sua germinação é favorecida com alternância de temperatura em 20°C a 30°C.

Essa variedade de planta daninha produz em média 510 sementes por planta, podendo a chegar até 28 mil sementes m2. Também são indiferentes à luz, sendo capazes de germinar tanto no claro quanto no escuro.

Por fim, a presença dessa planta daninha pode indicar uma possível compactação do solo, demonstrando que o cultivo é suscetível à seca e ao tombamento.

As espécies mais comuns e recorrentes de Guanxuma no Brasil são:

Sida glaziovii

Esse tipo de Guanxuma ocorre frequentemente em solos arenosos das regiões tropicais do Brasil. Tem por característica infestar áreas de pastagens, beiras de estrada, carreadores pomares, além de culturas perenes em geral.

É uma das maiores infestantes em áreas de novos canaviais no cerrado, sendo também a mais frequente, dentre as suas espécies.

Seu reconhecimento ocorre através da coloração prateada de suas folhas.

Dicas para combater a guanxuma com eficiência

Sida spinosa

Essa planta apresenta frequência média, infestando geralmente cultivos anuais ou perenes, além de pomares e pastagens essencialmente nas regiões centro e sul do País.

A Sida Spinosa é muito comum em áreas de solo arenoso, tolerando solos ácidos e pobres.

Combater Guanxuma

Sida rhombifolia

Dentre as espécies de guanxuma, essa é a mais encontrada em áreas cultivadas do país. Ela infesta principalmente lavouras anuais e perenes, assim como pomares e pastagens. Também é frequente em cultivos de cereais que trabalham com sistema de plantio direto.

A Sida rhombifolia é comparada a um relógio, devido à pontualidade com que suas flores se abrem e se fecham diariamente.

Dicas para combater Guanxuma

Como a Guanxuma interfere no desenvolvimento das culturas?

A Guanxuma apresenta-se como uma planta que tem crescimento relativamente lento, fazendo com que ela seja pouco competitiva quando jovem.

Porém, quando não há o controle inicial, e a planta atinge estádios mais avançados, a competitividade com as culturas de maior interesse se torna maior, fazendo com que o controle seja mais difícil.

Quando adulta, suas folhas possuem excessivo acúmulo de tricomas (pelos) e ceras, dificultando a absorção do herbicida na planta.

Além disso, vários são os fatores que influenciam a disseminação desta espécie, tais como:

  • Adaptabilidade ecológica;
  • Prolificidade de indivíduos;
  • Longevidade;
  • Alta capacidade de florescimento; e
  • Capacidade de emergir a partir de grandes profundidades no perfil do solo.

Vale citar que, mesmo podendo emergir a partir de grandes profundidades, a deposição de matéria orgânica na superfície do solo (palhada) dificulta a emergência das sementes dessa planta.

Por essas razões, é essencial que o controle seja feito com plantas pequenas, ou seja, que apresentam até 4 folhas.

 

Importância do Manejo e combate dessa planta daninha

Antes de iniciar o combate dessa planta daninha é muito importante que seja entendida a biologia das espécies de guanxuma para assim traçar estratégias de manejo mais eficientes e que não selecionem ervas daninhas resistentes.

Há ainda um grande problema relacionado a dormência das sementes de guanxuma, ou seja, mesmo com condições ideais, a germinação não ocorre devido a um impedimento natural.

Devido à dormência, essa planta apresenta vários fluxos de emergência, muitas vezes fora do período de aplicação de herbicidas, dificultando seu manejo.

Dessa forma, a recomendação para o manejo dessa planta daninha deve se basear no uso de herbicidas pré-emergentes e pós-emergentes.

 

Manejo de guanxuma na entressafra do sistema soja-milho

Como já salientado, a maior eficiência para controle dessa planta em pós-emergência ocorrerá com a aplicação do herbicida ocorrendo em plantas pequenas (até 4 folhas). Elas absorvem maior quantidade de herbicidas e possuem menor capacidade de rebrota.

Também é importante considerar a tecnologia de aplicação utilizada, já que estas são plantas caracterizadas por ter menor capacidade de absorção. Assim, as seguintes dicas devem ser seguidas no procedimento de aplicação dos herbicidas:

  • Garantir melhor cobertura do alvo;
  • Utilizar bons adjuvantes sempre considerando as necessidades dos herbicidas;
  • Aplicar sempre em condições climáticas consideradas ideais;
  • Ter cuidado com incompatibilidade de calda, na mistura de tanque de produtos fitossanitários.

Uso de herbicidas pós-emergentes

Os dois principais herbicidas pós-emergentes em áreas sem cultivos são:

Glifosato - Quando em estádios iniciais (até 4 folhas), o uso do glifosato apresenta boa eficiência para controlar esta planta daninha. Recomendações de dose de 2 L ha-1.

2, 4 D – Também pode ser utilizado na entressafra, controlando plantas pequenas (até 4 folhas) com eficiência. Recomendações de dose de 1 a 1,5 L ha-1. 

Uso de herbicidas pré-emergentes

Em razão da dormência das sementes estes herbicidas tornam-se imprescindíveis, pois reduzem a necessidade de aplicações em pós-emergência. Eles ainda aumentam a possibilidade de a cultura fechar no limpo!

Os três principais herbicidas pré-emergentes são:

Diclosulam – Esse é um herbicida que apresenta ação residual, ajudando no controle do banco de sementes.

Deve ser utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (como o glifosato e 2,4 D). Para a aplicação o solo deve estar úmido. Recomendações de dose de 29,8 a 41,7 g ha-1.

Flumioxazin – Também apresenta ação residual para controle de banco de sementes.

Deve ser utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, 2,4 D e imazetapir). Recomendação de dose de 50 a 120 g ha-1.

Sulfentrazone – Também tem ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glofisato e 2,4 D). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, já que apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja. 

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para a soja são usados:

  • Cloransulam - Utilizado em pós-emergência da soja, na dose de 35,7 g ha-1;
  • Imazetapir - Utilizado em pós-emergência precoce da guanxuma e na soja com até 2 trifólios, na dose de 1,0 L ha-1.

Já para o milho, são usados:

  • Atrazina - Quando aplicada em estádios iniciais (até 4 folhas), a atrazina torna-se muito eficiente no controle dessa planta daninha. Sua recomendação de dose varia de 4 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo;
  • Mesotrione – Deve ser aplicada de 2 a 3 semanas após semeadura do milho, sobre plantas daninhas em pós-emergência precoce (2 folhas). Sua recomendação de dose é de 0,4 L ha-1 + óleo mineral com adjuvante.

 

Conclusão

Quando não controlada corretamente, a guanxuma possui grande importância econômica. Por isso, priorizar a eficiência para seu controle é uma necessidade recorrente em lavouras.

Para alcançar essa eficiência é preciso entender e conhecer a biologia desta planta daninha para assim manejá-la de uma forma mais eficaz. Também é necessário ponderar o controle dessa planta ainda pequena (com até 4 folhas), facilitando o controle.

Por fim, o estádio de aplicação, o uso da melhor tecnologia de aplicação e a inclusão de pré-emergentes são determinantes para melhor controle dessa planta daninha.

 

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