Veja como escolher o adjuvante agrícola ideal para você

Veja como escolher o adjuvante agrícola ideal para você

Publicado em: 21/12/2019

Você já ouviu falar ou já utilizou um adjuvante agrícola?

Para atingirem o efeito desejado, os herbicidas necessitam ser absorvidos pelas plantas. Para isso, são usadas substâncias na calda de defensivos capazes de aumentar a absorção destes produtos tóxicos. Estas substâncias são os adjuvantes agrícolas.

Veja como escolher o adjuvante agrícola

Todo adjuvante agrícola é usado para aumentar a eficácia dos defensivos, contribuindo para o ganho de produtividade nas lavouras, com consequente redução no uso de produtos no campo.

Porém, há uma grande quantidade de adjuvantes disponíveis no mercado, gerando certa confusão sobre qual produto usar.

Veja então o que são e quais os tipos de adjuvantes agrícolas mais comuns. Veja também como escolher e usar o produto que mais se adeque às suas necessidades.

 

O que é um adjuvante agrícola?

Todo adjuvante agrícola é caracterizado como substâncias adicionadas à formulação ou à calda herbicida visando aumentar a eficiência do produto ou modificar determinadas propriedades da solução. Isso facilita a aplicação ou minimiza possíveis problemas durante esse processo.

Além disso, este produto caracteriza-se por não apresentar propriedades fitossanitárias, sendo adicionado durante a preparação de caldas com defensivos, aumentando a eficiência da aplicação.

Por isso, para quem deseja potencializar a ação de um determinado ativo, a escolha do produto adjuvante correto é ação essencial. Várias são as opções, como veremos a seguir.

 

Tipos de adjuvantes agrícolas

A classificação mais utilizada tem relação com a função desempenhada pelo adjuvante agrícola. Assim, esse produto é dividido em dois grupos:

  • Modificadores das propriedades de superfície dos líquidos, conhecidos como surfactantes -  espalhante, umectante, detergentes, dispersantes e aderentes, entre outros;
  • Aditivos - óleo mineral ou vegetal, sulfato de amônio e ureia, entre outros. Estes afetam a absorção devido à sua ação direta sobre a cutícula.

 

Surfatantes

As substâncias surfatantes afetam as propriedades de superfície dos líquidos, proporcionando um ajustamento mais íntimo de duas substâncias. Os surfatantes podem afetar a eficiência dos herbicidas das seguintes formas:

  • Aumentam a retenção da aspersão;
  • Promovem maior penetração por aumentar a área de contato com a folha;
  • Aumentam a penetração através da cutícula, por atuarem como solubilizante ou por afetar a permeabilidade desta;
  • Aumentam o período de penetração por atuar como umectante, mantendo as gotículas de aspersão indefinidamente úmidas;
  • Aumentam a entrada direta através dos estômatos por diminuir a tensão superficial da solução de aspersão;
  • Aumentam o movimento do herbicida via espaços intercelulares;

Os surfactantes são ainda divididos em 4 grupos:

  1. Aniônicos

Se dissociam em água, sendo que a porção ativa da molécula é o ânion (carga negativa). São utilizados em caldas com herbicidas ou em mistura com os surfactantes não iônicos.

  1. Catiônicos

Em água se dissociam em um cátion e um ânion. O cátion é composto por nitrogênio. Entretanto, os surfactantes catiônicos são pouco utilizados pois apresentam elevado custo, precipitam na presença de sais, possuem fraco poder detergente e podem causar fitotoxicidade nas culturas.

  1. Não iônicos

Esse tipo de surfactante tem por característica não ionizar, nem se dissocia em água. São bastante utilizados, pois não reagem com sais ou com as moléculas de defensivos que estão na água, além de não serem influenciados pela “água dura”, não formando sais com cálcio, magnésio ou com íons de ferro.

Apresentam ainda baixa toxicidade aos mamíferos e são pouco tóxicos às plantas, possuindo por isso boa compatibilidade com os defensivos, aumentando sua absorção foliar, inclusive de fungicidas sistêmicos e inseticidas.

  1. Anfotéricos

Se dissociam em ânions e cátions, já que podem apresentar parte da molécula com carga positiva e outra, negativa. São especialmente dependentes do pH da calda, sendo por isso muito pouco utilizados.

 

Classificação dos surfatantes

Os surfatantes são classificados de acordo com suas principais propriedades em:

Espalhantes: Diminuem a tensão superficial das gotículas reduzindo o ângulo de contato destas com a superfície da folha e proporcionando o espalhamento completo da gota sobre a superfície tratada aumentando a absorção do herbicida.

Molhantes (umectantes): Retardam a evaporação da água, fazendo com que a gota permaneça mais tempo na superfície tratada. São importantes principalmente em condições de baixa umidade relativa do ar e elevada temperatura.

Aderentes: Aumentam a aderência dos líquidos ou sólidos à superfície da planta. Apresentam ainda afinidade com a água e forte adesão à cera e à cutina da superfície dos órgãos da planta. Tal aderência diminui o escorrimento e faz com que as gotas permaneçam na superfície das folhas e não sejam lavadas pela água da chuva.

Emulsificantes: Apresentam atividade sobre a superfície do líquido, promovendo a suspensão de um líquido em outro. Assim, há redução da tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis, proporcionando a formação de uma emulsão de um líquido em outro, como por exemplo, óleo em água através da combinação de grupos polares com apolares dos mesmos.

Os emulsificantes também podem possuir atividade espalhante, adesiva e umectante.

Dispersantes: Evitam a aglomeração das partículas através da redução das forças de coesão entre as mesmas, fazendo com que as suspensões se mantenham estáveis por um certo tempo. São muito importantes para manter estáveis as formulações de pós-molháveis, evitando que as partículas sólidas se aglomerem e precipitem.

Detergentes: Apresentam capacidade de remover sujeira - como a poeira - da superfície da folha, aumentando o contato da gota com a superfície alvo. Também podem possuir atividade espalhante, emulsificante e umectante.

 

Aditivos

Essa classe de adjuvante aumenta a absorção dos herbicidas devido à sua ação direta sobre a cutícula das plantas. Os principais aditivos são:

Óleos: São os óleos minerais ou vegetais. Eles agem dissolvendo as gorduras componentes da cutícula e membranas celulares, eliminando assim as barreiras que diminuem a absorção dos herbicidas e provocam o extravasamento do conteúdo da célula.

Quando usados como adjuvantes, os óleos podem aumentar a absorção dos herbicidas, além de atuarem como herbicidas de contato, dependendo da dose empregada.

Ao serem adicionados a calda, os óleos:

  • Aumentam a absorção do herbicida;
  • Reduzem a deriva;
  • Retardam a evaporação da gota;
  • Atuam como espalhante e adesivo.

Sulfato de amônio: é um composto nitrogenado que quando dissociado forma íons de sulfato e amônio. O íon sulfato reage com íons presentes na água imobilizando-os e impedindo que estes reajam com a molécula do herbicida. Já o íon amônio tem ação sobre a cutícula, rompendo ligações e abrindo caminho para absorção do herbicida.

Além disso, o íon amônio penetra na célula e reduz o pH do apoplasto, devido aos H+, que são bombeados para o exterior da célula, aumentando a absorção do herbicida pelo efeito do pH sobre as moléculas.

Ureia: é um composto nitrogenado que exerce ação sobre a cutícula, rompendo ligações e abrindo caminho para absorção do herbicida.

O que são ajuvantes agrícolas?

Quando usar um adjuvante agrícola?

De acordo com uma pesquisa realizada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o uso de adjuvantes permite reduzir a dose de herbicidas em mais de 50%, comparativamente a aplicações realizadas sem esse produto.

Esse estudo mostra sua importância, porém, uma dúvida bastante comum entre agricultores é saber quais dos tipos desse produto usar para alcançar a eficiência desejada. Essa dúvida é comum, entretanto as empresas de herbicidas costumam auxiliar o agricultor nesse sentido.

Isso porque a bula do defensivo agrícola escolhido sempre vai trazer a informação de quando se deve utilizar um esse tipo de produto. Além disso, alguns defensivos já vêm com adjuvantes na formulação, não sendo necessário adiciona-los na hora da aplicação.

Também é essencial conhecer a água à disposição, observando se é ou não água dura e se é preciso usar algum adjuvante para adequar isso.

Independente disso é sempre preciso ter precaução, já que utilizar adjuvantes quando não há a necessidade pode causar fitotoxicidade na cultura, além de representar um gasto extra desnecessário.

 

Outras dicas para usar um adjuvante com eficiência

Além das recomendações já citadas, há ainda outras dicas importantes que devem ser consideradas. São elas:

  • A quantidade indicada na bula do produto deve ser sempre respeitada, já que o excesso pode prejudicar a cultura;
  • Não há a necessidade de receita agronômica para um produto adjuvante agrícola desde novembro de 2017, mas a consulta a um engenheiro agrônomo é sempre recomendável;
  • É importante considerar os custos desse adjuvante, além de seu ganho em termos de produtividade. A partir destes custos pode-se observar se o uso desse produto vale ou não a pena.

 

Conclusões

Todo adjuvante agrícola é um produto usado para aumentar a eficácia dos defensivos, contribuindo para o ganho de produtividade nas lavouras.

Entretanto, muitos são os adjuvantes à disposição no mercado, gerando certa confusão sobre qual escolher. Mas geralmente as empresas de herbicidas fazem essa recomendação, facilitando a escolha.

Além disso é importante verificar como se dá o uso de cada um dos adjuvantes, assim como o custo-benefício da adoção de cada um de seus produtos.

 

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