Preparo e Manejo do Solo no cultivo da Cana-de-Açúcar

Preparo e Manejo do Solo no cultivo da Cana-de-Açúcar

Publicado em: 18/12/2020

A exploração econômica da cana-de-açúcar só é possível com o planejamento das atividade envolvidas à cultura, começando pelo manejo do solo e indo do plantio até a colheita e transporte.

Sabemos que a cultura é altamente mecanizada e que essa alto grau de utilização de maquinário pode impactar algumas características do solo, como exemplo podemos destacar a compactação.

Desta maneira, o preparo e o manejo do solo vem para mitigar essa e outras  limitações, propiciando uma condição ótima para o crescimento radicular da cultura, resultando assim em ganhos produtivos satisfatórios.

 

Preparo e manejo do solo para canaviais

O preparo e manejo do solo consiste na aplicação de ações que visam diminuir as limitações, sejam elas físicas, químicas ou biológicas, para a obtenção da máxima produtividade.

Dentro os impedimentos físicos podemos destacas a compactação, encharcamento e adensamento, condições essas que interferem diretamente no desenvolvimento radicular da cultura.

Camada Compactada do Solo
Fonte: Rogério Germino

Em se tratando de limitações químicas podemos destacar as carências nutricionais e, além disso, a presença de agentes tóxicos, como é o caso do alumínio, que inibe o crescimento radicular.

E, por fim, os agentes biológicos que podem afetar as altas produtividades, sendo elas as pragas e doenças de solo. Aqui destacamos os nematoides, broca da cana (Migdolus), cupins e bicudo da cana (Sphenophorus).

Bicudo da Cana

Além dessas limitações citadas, ainda podemos das destaque as limitações não ligadas ao solo, como é o caso das soqueiras remanescentes, das plantas daninhas ou até mesmo da cultura antecessora, o que pode afetar o bom desenvolvimento das plantas.

 

Tipos de preparo e manejo do solo

Solo com qualquer uma das limitações (físicas, químicas e biológicas) irá ocasionar resultados produtivos insatisfatórios.

Desta maneira, conhecer a real situação limitante da sua propriedade faz-se possível elencar qual será o melhor e mais adequado tipo de preparo e manejo do solo.

A seguir elenco e exemplifico os tipos de preparo e manejo do solo:

Método convencional no preparo e manejo de solo de canaviais

Esse tipo de preparo é o que utiliza de grades, arados e subsolagem para que haja o revolvimento do solo e, aliado a isso, a incorporação de corretivos e fertilizantes.

O preparo convencional pode ser dividido em 3 partes:

  • 1ª Fase do Preparo

Realizada comumente no período seco, onde consegue fazer o controle de daninhas pelo método mecânico (grade) aliado ao químico.

Além disso, é nessa fase que também faz-se a sistematização viária e conservacionista dos talhões.

O calcário e o gesso também são aplicados nessa fase, visto que necessitam de tempo para reagirem no solo.

  • 2ª fase de preparo

Quando inicia-se as chuvas, começa também o preparo em maiores profundidades, ou seja, utilização de arados  e subsoladores.

Os arados atuam em uma profundidade que pode variar de 30 a 40 cm. Por outro lado, o subsolador trabalha a profundidades maiores que giram em torno de 40 a 45 cm.

  • 3ª fase de preparo

Por fim, nessa última fase faz-se o preparo para plantio, o que chamamos de gradagem pré-plantio.

Também é comum nessa época fazer a fosfatagem, principalmente em solos que contenham menos de 10 ppm de P2O5.

O preparo convencional é frequentemente utilizado em situações que apresentam limitações físicas, como a compactação, e também para o controle de fatores biológicos, como é o caso do controle da broca-da-cana, que faz-se o controle revolvendo o solo na época seca, condição que as larvas estão mais superficiais.

No âmbito de conservação do solo, o método convencional é o que mais expõem o solo a possíveis erosões.

Manejo do Solo para Cana

Canaviais sob cultivo mínimo

Nesse tipo de sistema, o preparo do solo para o cultivo da cana-de-açúcar ocorre de maneira localizada, somente na linha de plantio, diferente do convencional, que prepara área total.

É comum nesse preparo a utilização frequente de subsoladores e de enxada rotativa, com o objetivo de aumentar a infiltração de água no sistema.

Esse método, comparado ao convencional, reduz os risco de erosão por permitir a persistência da palhada e movimentar menor quantidade de solo.

Sistema de plantio direto (SPD) aplicado no cultivo da cana-de-açúcar

Nesse sistema o objetivo é não revolver o solo e fazer a manutenção da palhada - seja da cana ou da cultura formadora antecessora - utilizando dos benefícios que ela traz para o sucesso no cultivo.

Em cana-de-açúcar no SPD o solo só sofre uma movimentação no sulco de plantio onde serão alojadas as mudas.

O controle de daninhas jamais é feito mecanicamente, ou seja, utiliza-se de herbicidas para esse controle.

Em áreas de reformas de canavial é comum utilizar adubos verde como é o caso da crotalária, que além de produzir massa e fixar N, ainda consegue controlar os níveis populacionais de nematoide. Outras plantas bastante utilizadas na rotação são soja e amendoim.

Em áreas de abertura, sem necessidade de sistematização do terreno, sem problemas com pragas e doenças de solo e sem limitações físicas, como é o caso da compactação, é possível obter um elevado potencial de produção com SPD.

Uma peculiaridade do sistema é a necessidade da utilização de implementos agrícolas, como disco de corte afiados, e estar com atenção constante ao grau de compactação.

Este sistema é o que permite maior conservação do solo, pois não há quase nenhuma movimentação do solo, reduzindo os risco erosivos.

Além dessa vantagem, o SPD propicia um aumento no teor de matéria orgânica, melhora as condições físicas do solo, reduz a oscilação térmica (manutenção da biota do solo e conservação da umidade) e permite ciclar nutrientes, dentre outras vantagens.

Matéria Orgânica na Cana de Açúcar

Sistematização da área

Durante o preparo e manejo do solo é comum que façamos a sistematização da área com o objetivo de dimensionar os talhões e dar suporte a infraestrutura, isto é, disposição de carreadores primários e secundários.

Com isso consegue-se controlar o chamado "tráfego agrícola", o que auxilia na redução da área compactada em decorrência desta operação.

Ainda nessa fase são tomadas as decisões quanto ao tipo de traço do plantio, sempre optando primeiramente por traços retos, em "J" ou os arcos suaves, o que facilita a colheita, sendo ainda um aliado na conservação dos solos.

 

Conclusão 

O preparo e manejo do solo é uma ação que visa diminuir os fatores limitantes do solo.

Notamos que existe fatores físicos, químicos e biológicos, além dos externos que podem estar atrapalhando os seus resultados.

Para o sucesso dessa prática, é importante estar atento a qual é a sua limitação, o que indicará qual o melhor e mais adequado sistema a ser adotado, o que assegurará altos índices produtivos.

 

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