Sphenophorus levis (ou bicudo da cana-de-açúcar) é considerada uma praga importante da cultura da cana-de-açúcar por causar sintomas severos na cultura, que reduzem a produtividade, a longevidade do canavial e é uma praga de difícil controle.
Por isso, é importante conhecer a praga e identificar as estratégias de manejo que podem ser usadas na sua fazenda para reduzir os prejuízos com S. levis.
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- Manejo de Sphenophorus levis (Bicudo da Cana-de-Açúcar)
- 1. Conhecendo o Bicudo da Cana-de-Açúcar
- 2. Riscos do S. levis para os Canaviais
- 3. Medidas para o Manejo do Bicudo da Cana
- 3.1. Implantação do Canavial
- 3.2. Manejo ao Longo do Ciclo da Cultura
- 3.3. Manejo Integrado de Pragas
- Conclusão
- Falar com um analista CHBAGRO
Conhecendo o Bicudo da Cana-de-Açúcar
A cana-de-açúcar pode ser afetada por diferentes pragas desde a implantação do canavial até a colheita e reforma da área, mas o S. levis é considerado um fator limitante para a cana-de-açúcar, devido aos altos prejuízos que causa para a cultura.
O S. levis também é conhecido como bicudo da cana, apresenta as seguintes fases no ciclo da praga: ovo, larva, pupa e adulto, como ilustrado na imagem abaixo.
Fonte: Adaptado de GeBio
As fêmeas ovipositam na base das brotações ou no nível do solo. Esses ovos em poucos dias eclodem e as larvas começam a se desenvolver e a danificar a planta.
As larvas abrem galerias na base das plantas deixando serragem fina como sinal de sua alimentação, o que danifica os tecidos do rizoma na base dos colmos, causando a morte das plantas.
Os adultos têm hábito noturno, apresentam pouca mobilidade e, quando atacados, se “fingem de morto”, sendo uma estratégia de defesa.
A praga ocorre durante todo o ano e as formas biológicas também, porém, as larvas e adultos podem prevalecer em determinados períodos do ano.
Os adultos são mais abundantes nas épocas mais úmidas e quentes do ano, tendo pico populacional nos meses de fevereiro e março e o outro entre outubro e novembro, e as larvas entre os meses de junho e julho.
É importante destacar que o dano da praga quando a planta está em desenvolvendo, ainda na fase de perfilhos, é o secamento das folhas mais velhas, ou seja, ocorre o secamento das folhas de fora para dentro até a seca da gema apical, e, consequentemente, morte das plantas.
Tanto as larvas como os adultos do bicudo da cana podem ser confundidos com Metamasius hemipterus, que é considerada uma praga secundária para a cultura. A diferenciação das pragas é importante para realizar o levantamento das áreas, o que impacta nas estratégias de manejo.
Na fase de larva o Metamasius hemipterus possui um abdômen mais saliente que o bicudo da cana. Outro ponto importante para a diferenciação desses insetos é que as larvas de S. levis tem o primeiro segmento dorsal torácico em forma de “W”, junto à cabeça, uma mancha castanho escuro e espiráculos visíveis neste segmento.
Foto: Dalva Luiz de Queiroz. Larvas e danos de Metamasius hemipterus (Coleoptera: Curculionidae). Acessado em EMBRAPA.
Riscos do S. levis para os Canaviais
O bicudo da cana é considerado uma praga importante por causar redução da produtividade dos canaviais e do seu difícil controle. Estima-se que 1% de toco atacado pela praga é capaz de reduzir a produção de cana em cerca de 1,6 tonelada por hectare.
Alguns prejuízos que a praga causa são:
- Prejudica a brotação da cana (principalmente em condições extremas como seca e geada);
- Reduz a produtividade do canavial;
- Arranquio de touceiras na colheita, por ter o sistema radicular prejudicado;
- Falhas nos canaviais;
- Reduz a longevidade do canavial;
- Redução do crescimento das plantas;
- Morte das plantas.
Um dano indireto causado por esta praga é facilitar o surgimento de plantas daninhas onde ocorrem as falhas no canavial devido à morte das plantas.
Os danos dessa praga podem ser tão intensos que, se a área apresentar altas infestações de S. levis, ela precisa ser reformada no primeiro ano da cultura, por isso, é tão importante o conhecimento da praga e realizar as estratégias corretas de manejo.
Medidas para o Manejo do Bicudo da Cana
O manejo de S. levis não é fácil, por isso, várias estratégias de controle devem ser utilizadas.
É muito importante implantar o canavial sem a praga na área, para que no primeiro ano da cultura (cana-planta), o canavial não tenha alto índice de infestação, o que já reduz a produtividade desde o primeiro ano do ciclo da cultura.
Para te auxiliar no manejo do bicudo da cana, verifique as seguintes medidas de controle:
1. Implantação do Canavial
Não deve instalar um novo canavial com a praga no local, ou seja, nenhuma fase biológica de S. levis deve estar na área para o plantio de cana. Por isso, você pode utilizar as seguintes ferramentas na reforma do canavial:
- Dessecação das áreas na reforma;
- Destruição de soqueiras;
- Uso de rotação de cultura/adubo verde;
- Uso de mudas sadias, para não trazer a praga com os materiais utilizados como muda;
- Uso de inseticidas no sulco de plantio.
2. Manejo ao Longo do Ciclo da Cultura
Abaixo destaco algumas dicas para o controle do bicudo da cana ao longo do ciclo da cultura e manejo na soqueira:
- Uso de controle com inseticida na soqueira: uso do corte de soqueira ou da vinhaça localizada com inseticidas;
- Uso de fungos entomopatogênicos: um exemplo para o manejo é a Beauveria bassiana, usado como um produto biológico;
- Monitoramento das áreas para determinação do índice de infestação de cada área e talhão: normalmente, os levantamentos são realizados após a colheita das áreas para verificar os tocos atacados e as formas biológicas da praga.
3. Manejo Integrado de Pragas
Para um manejo eficiente fala-se em Manejo Integrado de Pragas (MIP), que é o uso de várias estratégias de manejo para controlar o S. levis, ou seja, não focar em apenas uma estratégia.
As medidas de manejo devem ser adotadas em conjunto, pois isoladas não tem alta eficiência.
O MIP utiliza a amostragem da praga e o uso das diferentes estratégias de manejo, cada uma utilizada no melhor momento.
Algumas dicas para realizar no MIP no seu canavial:
- Realize a amostragem de pragas do seu canavial, para identificar quais são seus desafios e como realizar o manejo;
- Verifique o canavial periodicamente, para avaliar o desenvolvimento do canavial, identificar sintomas e sinais de pragas;
- Utilize todas as estratégias de manejo no tempo certo, desde a destruição de soqueiras até o uso de inseticidas no manejo das soqueiras.
Conclusão
A praga S. levis é um fator limitante para a cana-de-açúcar, causando morte das plantas, falhas no canavial e redução da produtividade.
Por isso, é de extrema importância o conhecimento do bicudo da cana, das medidas de manejo que tem atualmente e do índice da praga no seu canavial.
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