Pragas, como a cigarrinha e broca, são ofensores para a produtividade da cana-de-açúcar, qualidade da matéria-prima e para a longevidade do canavial.
Por isso, é importante conhecer essas pragas e adotar as melhores estratégias de manejo para o controle e redução das perdas e dos custos.

Para isso, confira este texto!
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- Dicas de Manejo da Cigarrinha e Broca na Cana-de-Açúcar
- 1. Conhecendo a Cigarrinha das Raízes
- 2. Manejo da Cigarrinha das Raízes
- 3. Broca da Cana-de-Açúcar: Conheça a Praga
- 4. Manejo da Broca da Cana
- Conclusão
- Falar com um analista CHBAGRO
Conhecendo a Cigarrinha das Raízes
A cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata) é uma praga que pode causar altas perdas de produtividade.

O ciclo da cigarrinha dura de 60 a 90 dias, dependendo das condições ambientais, com as fases de desenvolvimento de ovo, ninfa e adulto.
Os ovos são depositados no solo na base da touceira de cana, que ficam de 15 a 20 dias até a fase de ninfa, essas permanecem nessa fase de 30 a 40 dias onde se fixam nas raízes e ficam cobertas por espuma até a fase adulta.
No ciclo/safra da cana pode ter cerca de três gerações de cigarrinha.
A cigarrinha pode ter maior incidência na soqueira de cana, mas em áreas com alta pressão da praga, pode encontrar a praga até mesmo em cana planta.
A presença de cigarrinha no canavial muitas vezes é notada pela presença de uma espuma esbranquiçada na base da touceira, isso porque as ninfas não sobrevivem sem esta proteção, não suportam os raios solares.

Por isso, o acúmulo de palha contribui para manter a umidade, o que favorece o desenvolvimento da cigarrinha. Esse fato proporcionou aumento dessa praga após a mudança para a colheita de cana crua e mecanizada.
Quando o clima está muito seco, os ovos entram em diapausa, ou seja, não continuam o ciclo do desenvolvimento da cigarrinha (suspende o desenvolvimento) até ter presença de umidade, que ocorre quando voltam as chuvas, por isso a população da primeira geração é menor que as demais.
Os danos causados pela cigarrinha na cana-de-açúcar ocorrem quando a praga está na fase de ninfa.
Elas perfuram as raízes em busca de alimento e nesse processo a ninfa libera saliva com substâncias que podem promover a necrose de tecidos, de vasos condutores e morte de raízes, o que prejudica o movimento de água e nutrientes para a parte aérea das plantas (desordem fisiológica).
Na fase adulta, a cigarrinha também pode causar danos. O inseto se alimenta de folhas e colmos novos liberando toxinas, podendo prejudicar o desenvolvimento e ter manchas amareladas nas folhas, que progridem para avermelhadas.
Os danos da cigarrinha podem causar muitas perdas como:
- Redução do teor de sacarose;
- Aumento do teor de fibra nos colmos;
- Aumento do teor de compostos fenólicos (prejudica a fermentação);
- Encurtamento de entrenós;
- Murcha dos colmos;
- Morte de colmos.
Manejo da Cigarrinha das Raízes
Realizar o monitoramento é essencial para entender o momento ideal de iniciar a estratégia de manejo da praga. Lembrando que ter o histórico da ocorrência de áreas com cigarrinhas é muito importante para o monitoramento e o controle dessas áreas.
O monitoramento deve iniciar após as primeiras chuvas, para conseguir identificar a primeira geração da praga, assim, ocorre o acompanhamento do desenvolvimento do inseto e momento ideal de iniciar o manejo.

Fonte: Gallo et al. (2002) em Embrapa
As avaliações não devem deixar de serem realizadas no período úmido, em que tem a probabilidade da ocorrência da praga, podendo ser realizado quinzenalmente.
O manejo da cigarrinha pode ser químico e/ou biológico.
Para o controle químico, existem muitos inseticidas registrados no mercado, escolha o que mais se adequa à sua fazenda em relação ao custo/benefício.
Também existem o manejo biológico, como o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae, também conhecido como fungo-verde, que se desenvolve no inseto e causa sua morte.
Broca da Cana-de-Açúcar: Conheça a Praga
A broca da cana de açúcar, Diatraea saccharalis, é uma das pragas de grande atenção para a cultura. Estudos mostram que a cada 1% de infestação final da broca há prejuízos de 1,14% de perdas de TCH, o que impacta na redução na produção de açúcar (42%) e na de etanol (0,25%).

Além das perdas diretas pela redução da produtividade, também ocorre perdas indiretas pela qualidade da matéria-prima. O que mostra o quanto essa praga é considerada uma das principais da cultura.
O ciclo de vida da broca é em torno de 60 a 90 dias, podendo variar de acordo com a temperatura. As fêmeas realizam as posturas dos ovos nas folhas da cana, que depois passa para a fase de lagarta e pupa e, por fim, adulto.

Fonte: Adaptado de Promip
A broca causa orifícios/galerias nos colmos em canaviais já desenvolvidos, por isso o nome ‘broca da cana’. Além de causar perdas de produtividade, podem se desenvolver fungos que, se estiverem nos colmos, causam a doença podridão vermelha, prejudicando a qualidade da matéria-prima.
A praga também pode atacar em canaviais no início do desenvolvimento, tendo sintoma conhecido como ‘coração morto’, ou seja, ocorre a lesão nos perfilhos e a seca da folha central (morte da gema apical).
Essa praga causa altas perdas, por isso é importante conhecer alguns fatores que estão ligados a infestação da praga, sendo:
- Fatores climáticos;
- Variedades suscetíveis;
- Áreas sem realizar manejo adequado;
- Áreas fertirrigadas;
- Entre outros.
Manejo da Broca da Cana
Notamos o perigo da broca nos canaviais, por isso é importante realizar o manejo adequado e no momento certo para reduzir as perdas.
Para iniciar o manejo é importante conhecer a praga e como ela se comporta na sua região. Além disso, para adotar qualquer estratégia de manejo é necessário o monitoramento da broca, que podem ser por armadilhas e/ou por levantamentos de broquinha e infestação no canavial.
Quando atinge o nível de controle, estratégias de manejo devem ser tomadas. Existe hoje disponível o controle biológico e o químico, esses devem ser utilizados de acordo com a necessidade e as recomendações de acordo com a particularidade de cada um.
Para consultar os produtos registrados para a cultura e para a praga consulte o site do Agrofit.
Algumas estratégias de controle biológicos que são utilizadas para a broca da cana são o uso de Cotesia e de Trichogramma. A Cotesia flavipes é utilizada para o manejo na fase de larva da broca, já o parasita Trichogramma galloi é usado para o manejo dos ovos da broca.
Outros métodos biológicos também podem ser utilizados e tem várias pesquisas para aumentar o número de estratégias.
É importante lembrar ainda do controle cultural, que seria a adoção de variedades mais resistentes em locais com alta ocorrência da praga.
Outra estratégia que tem no mercado são variedades Bt, ou seja, variedades que apresentam a proteína tipo Cry extraídas de Bacillus thuringiensis (Bt) e são efetivas para o controle da praga.
Lembrando que é importante ter a integração das medidas de manejo para a praga, que chamados de MIP (Manejo Integrado da Praga), deve-se utilizar as várias medidas de manejo disponíveis e não apenas uma, para manter a praga abaixo do nível de dano econômico.
Por isso é importante ter as pragas monitoradas para determinar o momento e a melhor estratégia de manejo.
O MIP vale para o controle de todas as pragas agrícolas.
Conclusão
Cigarrinha e a broca da cana causam muitas perdas de produtividade e da qualidade da matéria-prima.
Por isso, neste texto conhecemos um pouco sobre cada praga e discutimos sobre as principais estratégias de manejo.
Agora que você conhece sobre essas pragas não deixe de realizar o monitoramento e o manejo adequado desses insetos.
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