Defensivos agrícolas: 10 curiosidades que você precisa saber

Defensivos agrícolas: 10 curiosidades que você precisa saber

Publicado em: 26/12/2019

Defensivos agrícolas são produtos comumente usados na agricultura para controlar seres vivos (plantas daninhas, insetos e doenças) considerados prejudiciais às lavouras.

Muitos estudos comprovam que o uso destes defensivos permite a sustentabilidade da produção agrícola com elevação da produtividade. Entretanto são cada vez mais rotineiras as notícias de que o uso destes produtos faz mal ao meio ambiente e a saúde, outras indicam que sem tais produtos não conseguiremos alimentar a população mundial.

Mas afinal, o que é verdade e o que é mentira sobre os defensivos agrícolas? Fazem mal à saúde e ao meio ambiente ou só têm benefícios? Veja 10 curiosidades sobre esse tema no nosso texto de hoje.

 

1. O que são defensivos agrícolas?

Por definição, defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados no controle de seres vivos considerados nocivos ao homem, sua criação e suas plantações. Estes seres vivos podem ser os insetos, plantas daninhas e doenças.

São também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos fitossanitários. Dentre estes termos, o termo agrotóxico é o mais utilizado pela legislação brasileira, mesmo que existam projetos que têm a intenção de mudar essa denominação.

 

2. Tipos de defensivos agrícolas

Os defensivos agrícolas se dividem em alguns tipos, sempre considerando a classe de pragas que eles controlam. A tabela a seguir representa essas classes:

Tipos de defensivos agrícolas

3. Como surgiram os defensivos agrícolas?

O uso de defensivos é datado muito antes do que acreditamos. Estudos mostram que em meados de 2.500 a.C os sumérios utilizavam enxofre no combate à insetos e fungos. Já em 400 a.C o piretro - que mais tarde deu origem à piretroide que era usado para combater piolhos.

Muito mais tarde, durante o século XIV os chineses faziam uso do composto de arsênio para controlar insetos. No século XIX surgiram os primeiros estudos científicos sistemáticos sobre o uso de compostos químicos no combate às pragas. Já no início do século XX deu-se início ao desenvolvimento de inseticidas orgânicos sintéticos.

Por fim, um dos grandes avanços no uso de tais produtos ocorreu durante a segunda guerra mundial, com a descoberta da atividade inseticida do DDT (diclorodifenil-tricoloroetano).

Como é possível perceber, o uso dessas substâncias foi muito importante ao longo da história da humanidade, sendo que atualmente os defensivos agrícolas têm grande participação na produção mundial de alimentos.

 

4. O Brasil é o maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo?

Muitas pessoas dizem que a agricultura brasileira é a maior consumidora de defensivos do mundo. Segundo a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) essa informação não é verdadeira.

A associação indica que o controle de pragas na agricultura tropical realmente exige maior uso de agrotóxicos, entretanto o consumo no Brasil é muito menor do que o observado em outros países.

De acordo com dados da FAO e da consultoria Phillips McDougall, o Brasil está em 7º lugar no emprego de agrotóxicos por área cultivada, em um ranking de 20 países, ficando atrás do Japão, Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

Se a análise for realizada por volume de alimentos produzidos, o Brasil cai para a 13ª posição, ficando atrás também de Canadá, Espanha, Austrália, Argentina, Estados Unidos e Polônia.

 

5. Defensivos agrícolas NÃO podem ser a única fonte de controle de pragas!

Assim como deve ocorrer com qualquer técnica agrícola, os defensivos agrícolas não podem ser a única forma de combate às pragas. Tais produtos devem estar associados a um contexto conhecido como MIP – Manejo Integrado de Pragas.

O MIP é caracterizado como um conjunto/integração de ferramentas adotadas para melhor manejo de pragas. Esse manejo integrado depende do planejamento agrícola, onde serão determinadas quais serão as técnicas a serem utilizadas.

Dessa forma, durante o ciclo de uma cultura é preciso fazer constante monitoramento para verificar a presença de pragas potencialmente danosas à lavoura. A partir desse monitoramento, determina-se a melhor técnica de controle, onde se inclui um defensivo agrícola.

 

6. O uso de defensivos agrícolas é seguro. Mas alguns cuidados devem ser tomados!

Para que seja comercializado em todo o Brasil, todo defensivo agrícola passa por um rigoroso processo para seu registro, seguindo inclusive padrões internacionais. Além disso, são realizados vários anos de pesquisa e muito estudo em laboratório e à campo.

Mitos e verdades sobre agrotóxicos

Em razão desse rigoroso processo de registro e das muitas pesquisas, o uso de tais produtos torna-se seguro. Entretanto, essa segurança será afetada se ocorrer o incorreto uso dos defensivos. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados quando estes forem aplicados. São eles:

  • Leia cuidadosamente as instruções do rótulo e/ou bula do produto;
  • Use todos os EPIs recomendados;
  • Verifique a calibragem do equipamento aplicador usando apenas água;
  • Verifique se o equipamento aplicador possui vazamentos e elimine-os antes de preparar a calda;
  • Misture a quantidade certa de produto para preparar a calda;
  • Escolha as horas mais frescas do dia para realizar a pulverização;

 

7. Sem defensivos, os preços dos alimentos seriam ainda maiores!

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, se não existissem os defensivos agrícolas, cerca de 40% de todo alimento produzido atualmente seria perdido pela ação de pragas. Com isso a oferta seria menor e os preços dos alimentos seriam maiores.

Por outro lado, com o uso racional de defensivos, a tendência é que o tempo de manejo de uma lavoura seja otimizado, reduzindo os custos.

É importante citar também que seria impossível alimentar quase 10 bilhões de pessoas no mundo (segundo projeções para o ano de 2050) sem o uso dos agrotóxicos.

Mais uma vez é importante lembrar que devemos seguir todas as recomendações para o uso destes produtos, utilizando na quantidade certa e aguardando o período de carência antes da colheita.

 

8. O ingrediente ativo define o defensivo agrícola

Assim como ocorre com os medicamentos, os defensivos agrícolas são produzidos a partir de ingredientes ativos (i.a.) ou comumente chamado de princípio ativo.

Assim, com conhecimento e estudos sobre as características dos elementos, os profissionais da química conseguem desenvolver novas moléculas que se tornam ingredientes ativos de novos defensivos.

Alguns dos produtos formulados são obtidos por simples mistura dos componentes, outros passam por reações químicas mais complexas. Por isso é essencial ter total conhecimento do i.a. dos defensivos já que será esse o principal responsável pela definição da toxicidade, do momento e modo de aplicação do produto.

Por essas e outras razões, o uso desses produtos deve ser feito com muito cuidado e sob receituário agronômico.

 

9. Classificação toxicológica de defensivos agrícolas

No ano de 2019, um novo marco regulatório para a avaliação de risco de agrotóxicos foi anunciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse marco traz algumas mudanças no jeito de classificar esses produtos.

Segundo a Anvisa o novo critério segue um padrão internacional, sendo mais restritivo. Porém, produtos que atualmente são considerados muito tóxicos poderão ter uma classificação mais branda.

Segundo esse marco regulatório serão agora 6 classificações:

  • Categoria 1: Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha.
  • Categoria 2: Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha.
  • Categoria 3: Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela.
  • Categoria 4: Produto Pouco Tóxico – faixa azul.
  • Categoria 5: Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul.
  • Não Classificado – Produto Não Classificado – faixa verde

Vale lembrar também que os processos que envolvem o registro e o monitoramento de agrotóxicos no Brasil são realizados de forma tripartite, onde cada órgão tem sua função:

 - Anvisa: avalia questões relacionadas à saúde humana;

 - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): cuida das questões agronômicas, sendo também responsável pelo registro dos produtos de uso agrícola;

 - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): responsável pelas questões ambientais.

 

10. Os defensivos agrícolas podem causar danos à saúde humana?

Digamos que se não ter os cuidados necessários, pode causar sim!

Os defensivos podem sim causar danos à algumas pessoas, essencialmente os agricultores que não utilizam os EPIs corretos. A explicação é simples.

Para que sejam liberados, os defensivos agrícolas necessitam de uma base científica bastante robusta, que utiliza fatores de segurança rigorosos para avaliação dos riscos à saúde humana, caso dos consumidores. Por isso não causam problemas quando consumidos.

Entretanto, os maiores problemas relacionados às intoxicações humanas por agrotóxicos ocorrem durante a aplicação feita pelo agricultor em campo que, por vezes, não se preocupa nem segue as recomendações de segurança.

Por isso, desde os anos 1970, o uso correto de defensivos agrícolas é bandeira de luta dos engenheiros agrônomos, empresas do setor e entidades governamentais. Embora ainda preocupante, essa situação melhorou nos últimos anos.

 

Conclusões

Como vimos, os defensivos agrícolas fazem parte da agricultura há muito tempo, sendo essenciais para elevar a produtividade, gerando também economia de tempo ao produtor rural. Se não fossem usados, seria impossível alimentar toda a população mundial!

Também são comprovados os benefícios destes produtos na produção de alimentos no mundo, mas é sempre preciso ter responsabilidade e cuidado para utilizar os defensivos somente quando necessário.

 

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