A safra de café 2020/2021 se apresenta como uma grande oportunidade para os cafeicultores brasileiros com um ciclo que deve combinar alta produção, boa qualidade e preços das sacas elevados. Porém, para que essa oportunidade se confirme, é preciso redobrar a atenção em relação à principal praga do café: o bicho mineiro.
O bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é uma praga do café que tem o potencial de devastar cafezais e causar enormes prejuízos à produção, principalmente em lavouras jovens e em regiões que apresentam altas temperaturas e menor disponibilidade hídrica.
Por apresentar alta ocorrência em cafezais e devido ao alto percentual de desfolha do cafeeiro, o bicho mineiro representa uma praga do café que exige controle recorrente, mas que precisa ser realizado de forma estratégica e precisa.
Bicho mineiro no café: Muitos prejuízos sem o devido controle
Entre todos os tipos de praga do café, o bicho-mineiro é, sem dúvidas, o mais importante deles.
Essa praga se instala nas folhas do cafeeiro e tem o potencial de gerar perdas severas à produção, podendo reduzi-la em até 70% de acordo com a intensidade de infestação e da desfolha provocada.
O Leucoptera coffeella, nome científico do bicho mineiro, é caracterizado como uma pequena mariposa de cor branca e prateada, que se instala nas folhas da planta e encontra no clima seco e nas altas temperaturas um ambiente bastante favorável para seu desenvolvimento.
Fonte: Portal da Cidade - Guaxupé
Os ataques dessa praga do café causam redução da área foliar fotossintética da planta e, na maioria das vezes, provoca grande queda de folhas, resultando na redução da produtividade.
Os danos são mais recorrentes e prejudiciais em plantas mais jovens. Já em plantas que se encontram na fase de produção, a infestação tende a ser maior no terço superior, sendo os danos também altamente prejudiciais à cultura.
Outro ponto que o cafeicultor precisa se atentar está ligado ao fato do ataque do bicho mineiro ser mais agressivo nos períodos mais secos do ano, aumentando a partir de junho e atingindo seu pico em outubro, durante a florada.
Com isso, a ocorrência do bicho mineiro está condicionada a diversos fatores. Onde é possível destacar:
- Condições climáticas: Maior precipitação pluvial e umidade relativa influenciam negativamente a população da praga. Já a temperatura exerce influência positiva;
- Presença ou ausência de inimigos naturais como parasitas, predadores e patógenos;
- Lavouras com espaçamentos maiores (mais arejadas e sujeitas ao vento) favorecem a infestações dessa praga do café.
O prejuízo mais imediato do bicho mineiro é a queda de produção.
Pesquisas da Embrapa apontaram que os danos desta praga mostram uma queda de até 67% de folhas do cafeeiro, na época de outubro, com a primeira florada, podendo provocar redução no momento da colheita de aproximadamente 50%.
Além do mais, em regiões onde há altas infestações do bicho-mineiro, os cafezais costumam apresentar longevidade comparativamente menor, exigindo até dois anos para total recuperação das lavouras desfolhadas na seca por essa praga.
Estratégias para controlar essa praga do café
Algumas são as práticas recomendadas para controlar essa praga do café.
No entanto, a chave mais importante para o controle do bicho mineiro no cafezal é o monitoramento e inspeção estratégicos da sua população na área. Quando bem realizados, geram bons resultados ao cafeicultor.
Fonte: Syngenta Digital
Durante este monitoramento, um técnico especializado nesta cultura deve inspecionar as lavouras de café com o objetivo de verificar, por meio de amostragens:
- Presença de ovos presentes nas folhas, lesões rasgadas por vespas e a presença de pequenas mariposas prateadas, que irão voar, quando as folhagens são tocadas;
- Porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior das plantas. No cálculo dessa porcentagem, o técnico irá considerar só as lesões intactas com lagartas vivas, lesões rasgadas por vespas não serão contadas.
Com o resultado das inspeções, o cafeicultor terá as indicações técnicas que o ajudarão a decidir sobre a conveniência de qual estratégia de controle ele deve adotar, visando sempre a melhor colheita do café.
Uso de inseticidas no controle do bicho mineiro
Produtos químicos inseticidas são bastante viáveis do ponto de vista econômico, mas só devem ser aplicados quando a porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior dos cafeeiros for igual ou superior a 30%.
Além disso, estes produtos podem ser aplicados em apenas alguns talhões das lavouras.
Neste tipo de controle, pode-se utilizar os grupos químicos registrados para a cultura, como neonicotinóides, organofosforado, diamidas, espinosinas, piretróide e carbamato.
O controle químico pode aparecer através de apenas um grupo químico ou a associação de mais de um deles, sempre tomando o cuidado com as doses utilizadas e as misturas de ingredientes ativos.
A rotação destes grupos químicos é também uma necessidade, principalmente para evitar o aumento de resistência do inseto a um grupo especifico.
O uso destes defensivos sem necessidade não é recomendado, pois, além de serem relativamente caros, podem eliminar inimigos naturais dessa praga do café e também serem responsáveis por contaminar o ambiente.
Vale ressaltar que o uso indiscriminado e inadequado de inseticidas pode acarretar em morte de inimigos naturais com consequente desequilíbrio da população de bicho mineiro, resultando em severos danos às lavouras de café.
Controle biológico do bicho mineiro
O controle biológico ocorre naturalmente por meio de predadores e parasitas de bicho-mineiro.
Nesse controle vale citar respectivamente as vespas, que perfuram as minas e retiram as larvas e os microhimenopteros que são capazes de parasitar uma larva ou a pupa do bicho mineiro.
Não se esqueça do gerenciamento para melhor uso de defensivos agrícolas na lavoura de café
Além de todos os cuidados para proteger a lavoura contra o bicho mineiro é essencial que o cafeicultor não se esqueça de fazer o correto planejamento e gerenciamento de sua lavoura em todos os aspectos da atividade.
Mas não são todos os cafeicultores que também priorizam o gerenciamento de defensivos de sua lavoura de café. Quando não fazem isso, o custo com defensivos pode ser maior que o esperado, afinal não há a correta apuração dos custos do uso de produtos químicos.
Para evitar esse problema, cabe ao cafeicultor fazer uso de um bom sistema de gerenciamento, como é o caso do CHBAGRO. Este é um sistema de gestão conhecido como um grande aliado do cafeicultor.
Com o CHBAGRO o cafeicultor poderá fazer o completo gerenciamento no uso de defensivos de sua lavoura de café, permitindo a apuração de custos quando há o uso de defensivos agrícolas, seja por fazenda, por talhão, dia, mês e safra.
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